Estudo Bíblico – 5
O espírito Santo – funcionalidade ou personalidade?
O
Espírito Santo é descrito frequentemente, em termos de funcionalidade, tais
como o poder de Deus, presença, acção ou voz. É esta a forma adequada na qual
devemos descrever o Espírito.
Jesus
também é descrito como o poder de Deus (Filipenses 4:13), a presença de Deus
(Gálatas 2:20), a acção de Deus (João 5:19), e a voz de Deus (3:34). No entanto
falamos de Jesus em termos pessoais.
As
Escrituras referem-se ao Espírito Santo, também como tendo atributos pessoais,
colocando assim, o perfil do Espírito acima de uma mera funcionalidade.
O
Espírito Santo tem vontade própria (1 Coríntios 12:11- “um só e o mesmo
Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como
quer. O Espírito penetra, sabe, ensina e compara (2:10:13).
O
Espírito Santo tem emoções. O Espírito da Graça pode ser insultado (Hebreus
10:29), e pode ser entristecido (Efésios 4:30). O Espírito Santo conforta e
ajuda, tal como Jesus (João 14:16). Noutras passagens das Escrituras o Espírito
fala, ordena, testemunha, intercede, esforça-se, etc. Todos estes termos são
coerentes com uma individualidade distinta.
Biblicamente
falando, o Espírito não é o quê, mas quem. O Espírito é “alguém” e não alguma
coisa.
Na
maioria dos círculos Cristãos, o Espírito Santo é referido como “Ele”, o qual
não pretende ser uma referência a um género: mais propriamente “Ele” é usado
para a individualidade do Espírito.
A divindade do Espírito
A
Bíblia atribui qualidades divinas ao Espírito Santo. Não é descrito com tendo
uma natureza angélica ou humana.
Jó
33:4 comenta, “O Espírito de Deus me fez”. O Espírito Santo cria. O
Espírito
é eterno (Hebreus9:14) é omnipresente (Salmos 139:7).
Procura
nas Escrituras e verás que o Espírito é todo-poderoso, é todo – sabedoria e
vivificante. Todos estes atributos são de natureza divina.
Nestes
termos, a Bíblia refere-se ao Espírito Santo como sendo divino.
Reflexão Qual o efeito espiritual em ver o
Espírito como apenas uma função? Descreva de que forma é o Espírito.
Divino.
Deus é Um só
Um
ensinamento fundamental do NT é que existe um só Deus (1 Coríntios 8:6; Romanos
3:29-30; 1 Timóteo 2:5; Gálatas 3:20). Jesus indicou que Ele e o Pai são um.
(João 10:30).
Se
o Espírito Santo é “alguém” divino, é um Deus separado? A resposta deve ser
não. Se Ele o fosse, então Deus não seria um só. As Escrituras fazem alusão ao
Pai, ao Filho e ao Espírito Santo em frases que têm igual peso na construção da
oração.
Em
Mateus 28:19 lê-se, “...baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo”. As três frases são distintas e têm o mesmo valor linguístico.
Similarmente, em 2 Coríntios 13:14 Paulo ora que “ a graça do nosso Senhor
Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do
Espírito Santo seja com todos vós”. Pedro explica que os Cristãos são “Eleitos
segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a
obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (1 Pedro 1:2).
Por
conseguinte, Mateus, Paulo e Pedro comentam, de forma clara, as distinções do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Paulo
disse aos crentes Coríntios que a verdadeira divindade não é uma colecção de
deuses (como o panteão Grego) que cada um dá dons diferentes. Deus é um só, é
“o mesmo Espírito... o mesmo Senhor... o mesmo Deus que opera tudo em todos” (1
Coríntios 12:4-6).
Posteriormente,
Paulo comenta mais sobre a relação entre Jesus Cristo e o Espírito Santo. Não
são duas entidades separadas, diz ele, de facto, “o Senhor” (Jesus) “é o
Espírito” (2 Coríntios 3:17).
Jesus
disse que Deus, o Pai, enviaria o Espírito da verdade, para que Ele, o Pai,
pudesse habitar no crente (João 14:16-17).
O
Espírito aponta para Jesus e faz lembrar aos crentes as Suas palavras (14:26),
e é enviado pelo Filho, da parte do Pai para dar testemunho da salvação que
Jesus torna possível.(15:26).
Assim
como o Pai e o Filho são um só, da mesma forma são o Filho e o Espírito. E ao
enviar o Espírito o Pai habita em nós.
A Trindade
Depois
da morte dos apóstolos do NT, surgiram discussões dentro da igreja, em como
poderia ser entendida a Divindade. O desafio era preservar a unicidade de Deus.
Várias explicações sugeriram o bi-teísmo (dois deuses – Pai e Filho, mas o
Espírito apenas uma função de cada um ou de ambos) e tri-teísmo (três deuses –
o Pai, o Filho e o Espírito), mas isto ia contra o monoteísmo básico encontra
do ambos no Novo e Velho Testamento (Malaquias 2:10, etc.).
A
Trindade, uma expressão não encontrada na Bíblia, é um modelo idealizado pelos
teólogos primitivos para descrever como o Pai, o Filho e o Espírito Santo
estabelecem relação dentro da unicidade da Divindade. Foi a defesa Cristã
contra as heresias do tri-teísmo e bi-teísmo, e combateu o politeísmo pagão.